DE TODAS AS QUESTÕES, A MAIS DIFÍCIL: O ABORTO.
Por Fernando R. F. de Lima
Em dois textos anteriores tratei de temas que
deve ter feito alguns leitores ocasionais a classificar este blog como a serviço
do Foro Social Mundial, e outros como um simpatizante da causa gay. Nada mais
longe da verdade entretanto. Apenas coloquei meu ponto de vista sobre dois
temas que acredito que são vendidos como boi de piranha para colocar a
população do lado errado da justiça: ninguém deve ser contra a família, por
mais estranha que ela seja, nem contra o direito à propriedade, por mais
esquisito que seja seu dono. Assim, a união civil deve ser vista como uma
propagação do direito de herança, e a adoção como direito a constituição de família, o que é
melhor, na minha opinião, que crianças criadas pelo Estado ou bens sendo
devolvidos ao Estado após a morte de alguém.
Hoje, depois de oito anos de blog e 31 anos
de vida, 14 anos de paternidade, finalmente vou abordar o tema que considero o
mais espinhosos de todos. O aborto é espinhoso porque no fundo, e este é um
ponto que seus defensores não gostam de tocar, ele é um assassinato. O bebê
dentro da barriga, mesmo nos estágios iniciais está, indiscutivelmente, vivo.
Se morto estivesse, a natureza se encarregaria de abortá-lo. Este é o ponto. A
maioria das mulheres sofre diversos abordos espontâneos ao longo da vida, o que
nada mais é que a natureza humana em ação. Fetos que não foram adequadamente
gerados, ou que não se fixaram adequadamente na parede uterina e acabam sendo
descartados pelo corpo da mulher.
Já o aborto voluntário é nada mais nada menos
que um assassinato. Isso porque, se o bebê é grande o bastante para ser percebido, lá pela 12 ou
14 semana, ele já está sob todos os aspectos vivo. Retirá-lo voluntariamente do
corpo da mãe, do qual depende para viver, é mata-lo sem chance de defesa. Por
maiores que sejam os traumas psíquicos ou sociais da mãe ao passar por esta
gravidez, maior será o trauma físico do bebê se não vier a sobreviver. E vivo,
ele não precisará mais desta mãe, podendo ser recebido por outra, adotiva.
Portanto, o aborto só se justifica como ato de egoísmo, tendo em vista a
possibilidade, em nossas sociedades ricas e industrializadas, de encontrar
alguém disposto a criar uma criança.
Outra questão é que algumas mães reivindicam
para si o direito de interromperem sua gravidez, ou seja, matarem seus filhos,
mas nunca compartilham esta decisão com o pai da criança. Sendo o filho uma
produção conjunta, a responsabilidade não deveria ser dupla? Sendo o homem corresponsabilizado
no caso de nascimento da criança, não deveria ser consultado em caso de decisão
pela interrupção da gravidez?
Por fim, falo por minha experiência própria:
fosse o aborto legalizado provavelmente eu não estaria aqui escrevendo e mais,
minha filha não estaria viva hoje. E esta foi uma das melhores coisas que fiz
na vida e que mais me motivou a aprender e seguir em frente. A vida não é
fácil. Nunca foi nem será. Mas o aborto não a tornaria melhor. Apenas a teria
tornado mais breve. Diante disso, minha posição em relação ao aborto é a mesma
que em relação ao homicídio: sou contra quando praticado contra inocentes.
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