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Mostrando postagens de 2014

UM COMENTÁRIO SOBRE RELAÇÃO HOMEM-NATUREZA

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Por Fernando R. Ferro             Pesquisei rapidamente em meu blog se havia uma resenha do livro o Homem e o Mundo natural, de Keith Thomas, que li sob indicação de meu amigo Anselmo Heidrich há alguns anos atrás e nada encontrei. Pena. Foi um dos livros que mais marcaram minha revisão sobre os conceitos acerca do mundo moderno, juntamente com o livro de Norbert Elias sobre o Processo Civilizatório. Os dois tratam, de modo diferente, sobre mudanças de costumes e atitudes, dos homens no período do renascimento à idade moderna.             A questão é que o texto anterior, levado pela análise das fotos, me motivou a rever o livro de Keith Thomas, e achei interessante trazer aos leitores um comentário a respeito do final do livro no qual o autor destaca o seguinte: “As crianças de hoje que, alimentadas por uma dieta de carne e protegidas por uma medicina desenvolvida através de experimentos com animais, levam, não obstante, bichinhos de pelúcia para a cama e prodigam afeição a cor

OLHANDO O PASSADO

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        Por Fernando R. Ferro           A duas fotos abaixo são da Biblioteca Nacional da Irlanda e encontram-se no arquivo dela no Flickr. mostram as ruas de alguma cidade da Irlanda do Norte, provavelmente Belfast, entre o final do século XIX e início do século XX. É de se notar que os bondes já são movidos a eletricidade e dividem o espaço com carroças puxadas a cavalos. Na primeira imagem há um senhor de chapéu atravessando a rua que parece prestes a ser atropelado.               Na segunda foto, de 1930, mostra o Albert Memorial em Belfast, tomada de um ponto de vista muito mais elevado, onde é possível notar a presença de vários automóveis. Vários deles utilitários transportando objetos. Poucos particulares. Ainda há um tráfego bastante significativo de carroças. Nada semelhante, porém, ao que vemos hoje em nossas cidades. Há também um senhor se deslocando numa moto, logo ao lado de uma bicicleta, logo no primeiro plano da imagem, atrás do que parece ser um pequeno camin

Disseminando o que o Interceptor publicou: O que Jair Bolsonaro diz

Interceptor: O que Jair Bolsonaro diz : E nossa "mídia não opinativa" faz ouvidos moucos. Hipócritas...

BALANÇO DE 2014, PREPARAÇÃO PARA 2015 E UMA AUTOAVALIAÇÃO TENDO EM VISTA A 32º TRANSLAÇÃO COM ALGUNS DIAS DE ATRASO.

Por Fernando R. Ferro.             Deixar tudo para um post só pode complicar as coisas, mas como ando sem muito ânimo para escrever, vou aproveitar o momento para abordar os três tópicos, começando pelo último.             Quase todos os anos escrevo a mesma coisa por volta da mesma época. Completando 32 anos, me vejo cada vez mais velho. Normal. O contrário é impossível e a alternativa é a morte. Nada mais natural, portanto, que o envelhecimento. Junto vem alguma experiência das coisas em que acertamos e erramos. Acredito que dentre as escolhas que fiz ao longo da vida, em algumas eu acertei. Por exemplo, na escolha da minha profissão. Digo isso apesar de achar que errei na escolha da faculdade. Como sabem quase todos que me leem, cursei geografia. Fiz amigos, que trago comigo até hoje, e aprendi muitas coisas, mas o certo teria sido cursar alguma outra profissão mais clássica, como engenharia ou arquitetura, que eram minhas outras opções. Contudo, uma vez feita a escolha da f

PIKETTY E A DESIGUALDE DE RENDA.

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Por Fernando R. Ferro Este texto será dividido em três momentos: numa primeira parte, vou fazer uma breve recapitulação sobre o conceito de renda, patrimônio e desigualdade; na sequencia, vou contextualizar brevemente as ideias veiculadas na imprensa do autor francês sobre a desigualdade e suas implicações e por fim comentar suas opiniões a respeito da desigualdade no Brasil. Eu, recebendo meus rendimentos do Blog. De acordo com o clássico autor Ludwig Von Mises, podemos definir renda como o “juro” pago por um dos fatores de produção. Explico. A renda do Capital é o juro; a renda do trabalho é o salário e a renda da terra (ou imóvel) é o aluguel. Assim, a renda é benefício advindo do uso de um fator de produção, sendo que os três fatores clássicos são capital, terra e trabalho. A desigualdade da renda do trabalho depende do  tipo de trabalho; um médico recebe mais por seu trabalho que um lixeiro; um engenheiro recebe mais que um padeiro; normalmente a renda do trabalho está as

RESSACA PÓS-ELEIÇÃO

Por Fernando R. Ferro Passada a eleição e constada a derrota de Aécio Neves, me bateu um tremendo sentimento de preguiça metal, provavelmente uma tentativa do meu corpo de se adaptar ao estado geral da nação. A vontade de escrever nos últimos 30 dias tem sido nula. Os dois últimos textos publicados neste blog só saíram porque foram escritos e programados antes do dia 26, pois depois, praticamente nada foi escrito. Na prática, não houve mudança alguma no país. Não falo apenas por causa da eleição. Tivesse o Aécio ganhado, nada teria igualmente mudado, exceto as perspectivas para o futuro. A preguiça decorre de outro sentimento: o de inutilidade de qualquer tentativa de mudança. E olhem que falo de um verdadeiro paraíso, uma vez que aqui em Curitiba 75% dos eleitores que se dignaram a votar disseram não à Dilma. O fato é que tudo resta igual na república. As mesmas músicas ruins, os mesmos péssimos programas de televisão, as mesmas velhas notícias, e mesma matança diária infinit

CONCORRÊNCIA PERFEITA: PORQUE ELA EXISTE

Por Fernando R. F. de Lima.             Para um economista, o conceito de concorrência perfeita deve ser perfeita claro e compreensível, não gerando qualquer tipo de dúvida na hora de se analisar os mercados. No entanto, entre os geógrafos, meio ao qual pertenço, toda e qualquer discussão que envolve economia em que apareça o conceito de concorrência perfeita gera imediatamente sorrisinhos zombeteiros com o canto da boca, como se isso fosse apenas o produto de uma mente delirante incapaz de compreender que “O capital” sempre tem lucro.             No entanto, num mercado competitivo, o normal é que as empresas acabem operando numa situação de concorrência perfeita, assunto que, por sinal, já foi objeto de análise neste blog em outros textos. No texto atual, tratarei do caso particular do mercado de transporte de grãos, em especial do transporte rodoviário de grãos, que nos últimos meses, tendo em vista algumas mudanças no setor, conheceu uma redução de preço que chegou a 40% em al

LASCIATE OGNI SPERANZA, VOI CHE ENTRATE

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  Por Fernando R. F. de Lima.              Meu sincero desejo era que ontem, dia 26 de outubro, a vitória do PSDB na figura de Aécio Neves se concretizasse nas urnas. Não deu. O Petistão, este país estranho situado acima da linha de capricórnio, resolveu dar a vitória ao poste. A presidAnta se reelegeu para mais quatro anos de trapalhadas.             Eu gostaria que Aécio fosse eleito porque acredito sinceramente que o PSDB tinha a equipe mais preparada para enfrentar os desafios institucionais que se descortinam no país. Mas apesar de preparada, os desafios são muito grandes, e talvez grandes demais até mesmo para a equipe do PSDB. Vou listar algumas das grandes dificuldades que o próximo governo irá enfrentar.             A mais óbvia delas é a inflação. Estamos acima do teto da meta no acumulado de 12 meses, e já estamos em outubro. O Natal não costuma se uma época de queda nos preços, o que coloca alguma dúvida sobre a capacidade do governo de colocar a inflação no teto

O ELEITOR BRASILEIRO E O EFEITO MÚCIO

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Por Fernando R. F. de Lima.             Para quem não é da época ou não se lembra, Múcio era uma personagem do programa Viva o Gordo , do Jô Soares, no cada vez mais distante século XX. O teor da brincadeira, em especial deste vídeo que segue o abaixo, era a indecisão do Múcio, que chamado a responder sobre a qualidade do peixe, muda de opinião conforme quem opina ao seu lado.             O eleitor brasileiro, ao menos aquele eleitor médio, que define a eleição, que acaba representando cerca de 30 a 40% do eleitorado, comporta-se no mais das vezes como o Múcio. Vemos isso, por exemplo, em relação às manifestações de 2013, quando a aprovação ao governo Dilma ultrapassava os 70%. Repentinamente, um grupelho de estudantes liderados por partidos de extrema esquerda iniciaram passeatas contra a elevação da tarifa de ônibus em vinte centavos na capital paulista, o que acabou, levando a diversas ações coordenadas ou não por todo o país, algumas pacíficas, outras violentas, contra o g