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Mostrando postagens de junho, 2007

EVOLUCIONISMO SOCIAL?

            Quando lemos Hayek, em especial o livro "Direito, Constituição e Liberdade", vemos que o autor parte da premissa de que as sociedade livres, que ele chama de "Grande Sociedade", encontra-se numa posição superior às outras, as sociedades fechadas, porque ela é capaz de favorecer o desenvolvimento das melhores práticas para o convívio social. Desse modo, uma sociedade aberta como os EUA seria superior à Alemanha de Hitler pelo fato de que na primeira a competição no mercado levaria a ampliar o leque de possibilidades, seja na escolha de métodos de produção mais eficientes, seja nas práticas sociais, ou ainda na invenção de aparatos e táticas de guerra.             A liberdade é o terreno fértil no qual floresce a invenção. Por isso, países livres desenvolveriam mais facilmente o conhecimento científico, que depende da livre-investigação, e alcançariam melhores resultados bélicos, porque haveria mais espaço para a criação de armas e táticas. O equilíbrio

TRINTA MINUTOS POR UM METRÔ

TRINTA MINUTOS POR UM METRÔ   Na revista da CNT, Transporte Atual, do SEST/SENAT, ano XIII, número 142, entre outras matérias há uma, na página 36, intitulada "Cidade Congestionada", em se trata da questão do trânsito em São Paulo e das medidas necessárias para resolver os problemas de tráfego na cidade. Há uma opinião geral, em uníssono, de que a solução única é o recurso ao transporte coletivo, e a restrição ao uso do automóvel. Como autoridade no assunto é cidade o prof.º Dr. Ladislaw Dowbor, que para aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de conhecer é autor de vários livros, como "A Formação do capitalismo dependente no Brasil" e "A Educação e a Dívida Externa", que dão uma idéia, pelo título, da trajetória do autor. A questão que eu gostaria de voltar a discutir é sobre o tal estudo sobre a perda de tempo do trabalhador no sistema de transporte, e sobre algumas noções de capital imobilizado que o repórter usa para falar sobre os prejuí

La Nave Va - Porque a vaca ainda não foi pro brejo

Através desde artigo, vou tentar enumerar algumas razões pelas quais eu acredito que o país ainda não foi pro brejo tornando-se uma Bolívia da vida. Serão abordados de modo simplificado as questões que acredito que ajudam a explicar a relativa estabilidade do Brasil nesses últimos 30 anos, já que é mais ou menos esse o tempo que o país não cresce rapidamente, mas também anda pra traz como seria de se esperar.             O primeiro ponto que ajuda a explicar porquê o Brasil ainda não foi pro brejo é, na minha opinião, o respeito que os brasileiros têm pela propriedade privada. Mesmo nos degraus mais altos do escalão da petralha, ou principalmente lá, parece que as pessoas têm um receio ainda grande em acabar com a propriedade privada. Apesar dos impostos abusivos, das leis que só os especialistas compreendem, ainda há uma grande resistência da população contra restrições ou expropriações de propriedade privada. Além disso, há um crescimento expressivo do crédito para o financiament

Subsidiando Exportações

SUBSIDIANDO EXPORTAÇÕES Por Fernando Raphael Ferro de Lima.   Quando uma atividade econômica recebe algum tipo de incentivo ou privilégio em relação às outras, automaticamente se cria uma espécie de subsídio. Alguns têm impacto maior que outros. No Brasil a lei que mais influenciou, ao menos ao meu ver, esse aspecto do subsídios às exportações é uma criada por FHC que ficou conhecida como Lei Kandir, que desonerava de impostos as exportações de bens primários. Essa medida, que serviu para dar mais "competitividade" aos bens primários brasileiros foi, de certo modo, um tiro no pé pois ela acabou servindo como um desestímulo à industrialização prévia destes bens, além de prejudicar a arrecadação de vários estados, cuja receita dependia desse bens.             Os estados do centro oeste, o Pará e o Paraná foram certamente os maiores prejudicados. O governo do Paraná, de certa forma forçado pela perspectiva de queda das receitas, entrou com toda a força possível na disp

Apontamentos sobre a educação no Brasil

    No meu texto anterior, falei sobre a questão da greve, e de meu apoio a autonomia das universidades: elas querem autonomia, que se comece pela autonomia financeira, isto é, com a instituição indo atrás de seus próprios recursos, tornando-se autárquica no senso estrito que essa palavra tem. No entanto, creio que vários pontos ficaram muito compactados, de modo que o texto permanece um tanto confuso.     A educação no Brasil, de um modo mais exacerbado que em outros países, funciona com um forte esquema de subsídios indiretos. Vou tomar por subsídio qualquer tipo de ajuda que interfira no preço de mercado de um produto. Alguns dos meus colegas de universidade entendem que a educação não é um produto. No entanto ela é sim, e como qualquer produto os consumidores a escolhem no mercado. No entanto, a gratuidade no ensino leva a crença de que a educação é algo diferente de um sabonete ou uma roupa, e muitos acreditam que ela seja um espécie de direito divino. Mas a realidade é que o