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Mostrando postagens de janeiro, 2013

O INTERVENCIONISMO NO MERCADO DE COMBUSTÍVEIS

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Por Fernando R. F. de Lima.           É cada vez mais claro que as políticas adotadas pelo governo Dilma e por seu antecessor estão fazendo um estrago muito grande no setor energético brasileiro. A mais recente investida no setor elétrico acabou, indiretamente, expondo as falhas de planejamento que deixaram o país a beira de um racionamento de energia elétrica, tema aliás que foi utilizado pelos petistas como forma de atacar os governos de Fernando Henrique Cardoso.             Além disso, a política desastrada de intervenções sucessivas na Petrobrás, utilizando esta empresa como porta de estratégia de combate a inflação, acabou levando outro setor, o da produção de etanol, a uma crise que parece difícil de compreender a um observador externo.A tabela a seguir, compilada a partir de dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP) permite verificar o tamanho da intervenção nos preços que vem sendo praticada no mercado interno. A primeira linha da tabela mostra a variação anual do pr

VISÕES DO CHILE

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Por Fernando R. F. de Lima Semana passada estive em viagem ao Chile para apresentar um texto no Congresso Internacional do Conhecimento, escrito em parceria com meu amigo e colega Agemir . O congresso ocorreu na cidade de Santiago, e como era minha segunda visita a esta cidade, resolvi escrever um pouco sobre o que vi por lá, mas, sobretudo, sobre as diferenças entre este país e os outros latino-americanos que conheço. O Chile tem pouco mais de 17 milhões de habitantes e Santiago pouco menos de 6 milhões. Como qualquer capital latino-americana, é uma cidade grande, com várias áreas pobres distantes do centro. Do alto do Cerro San Cristóbal é possível ver vários bairros que poderiam ser facilmente confundidos com favelas, o mesmo ocorrendo à margem de algumas rodovias. Por causa da presença constante de abalos sísmicos, as edificações são geralmente baixas, o que não impede que o centro tenha diversos edifícios muito elevados. O maior prédio da América Latina está em constru

COMO MELHORAR A PRODUTIVIDADE NAS CIDADES - PARTE 2: Serviços Urbanos

Por Fernando R. F. de Lima. Outros investimentos que devem ser realizados no sentido de melhorar a produtividade geral da economia dependem basicamente de mudanças em legislações específicas que impedem ou entravam algumas atividades comerciais e de serviços. Isto porque, muitas legislações foram criadas no sentido de criar barreiras de mercado para os serviços dentro das cidades. Não sei se alguém já reparou, mas em várias cidades notamos uma grande concentração de lojas de carros em algumas avenidas. Pergunto, no entanto, se alguém já viu duas revendas da mesma marca na mesma rua. A resposta deverá ser não, a menos que a rua em questão seja suficientemente longa para evitar que as duas lojas de carro da mesma marca disputem o mesmo espaço. Isso decorre de uma lei do final dos anos 1970 que dispõem sobre os serviços prestados por concessionários de veículos automotores (exceto os agrícolas). Esta lei é de responsabilidade nacional, obviamente, mas afeta diretamente a produtivi

EFEITOS DE UM MERCADO FECHADO: Bicicletas.

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Por Fernando R. F. de Lima. Houston Fischer             Apesar de expostos à concorrência externa desde a década de 1990, o mercado nacional de bicicletas ainda é excessivamente fechado. Isso ocorre apesar do Brasil ser um dos maiores produtores de bicicletas do mundo. Apesar de ter produzido em 2011 4,630 milhões de unidades foram exportadas apenas 2.405. As importações também foram pequenas, de apenas 369.206 unidades. Deve-se destacar que o Brasil é o terceiro maior fabricante mundial de bicicletas, perdendo apenas para China e Índia. Houston             No entanto, a “indústria” nacional de bicicletas é obsoleta, produzindo predominantemente produtos de baixo valor agregado com tecnologias defasadas. Um exemplo prático pode ser encontrada nas bicicletas chamadas utilitárias, aquelas que servem para deslocamentos urbanos de curta distância com a conveniência de poder transportar alguma carga, seja amarrada no bagageiro traseiro ou numa cesta dianteira. As principai

COMO MELHORAR A PRODUTIVIDADE NAS CIDADES

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Por Fernando R. F. de Lima.             Por razões óbvias, quando se trata da economia de um país a tendência principal é focar-se nas ações do governo central. Quando fala-se em elevar a produtividade da economia brasileira as responsabilidades parecem recair todas nas mãos da presidente e sua equipe, além do Congresso Nacional. Porém, esta visão excessivamente focada na macroeconomia, que leva aos maiores erros que os sucessivos governos do PT têm cometido, mostra o quanto o desprezo pela microeconomia deixa brechas para a melhoria da produtividade nas pequenas rotinas urbanas.             Antes de entrar de neste tópico, é necessário dar uma definição para o que é produtividade. Podemos defini-la, grosso modo, como um indicador que permite avaliar o quanto de recursos (mão-de-obra, trabalho e capital) são necessários para produzir uma dada quantidade de produtos e/ou serviços. Um aumento de produtividade implica produzir a mesma quantidade de produtos e/ou serviços utilizando

SERÁ NECESSÁRIO OUTRO PARTIDO POLÍTICO?

Por Fernando R. F. de Lima. Meu texto sobre o ARENA acabou gerando alguns comentários diretos no site e outros indiretos sobre o tema da fundação de um novo partido político para combater o avanço do petismo no Brasil. Minha opinião, que permanece, é a de que os partidos servem para expressar os diferentes agrupamentos de pensamento e comportar as diferentes lideranças existentes no país. Só que minha posição, em particular, é de rejeitar as convicções ideológicas do ARENA, tendo em vista que sou muito mais liberal que conservador. Neste ponto de vista, deixo claro que, em princípio, sou simpático ao programa e as idéias do Partido Federalista , que está em vias de ser criado também. Contudo, a questão que norteia este texto é: será necessário outro partido político no Brasil, qualquer que seja sua orientação? Nosso tipo de federalismo, mas precisamente nosso sistema eleitoral levou a esta pulverização partidária que vemos hoje. Antes de abrigar ideologias, os partidos polític