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Mostrando postagens de outubro, 2014

CONCORRÊNCIA PERFEITA: PORQUE ELA EXISTE

Por Fernando R. F. de Lima.             Para um economista, o conceito de concorrência perfeita deve ser perfeita claro e compreensível, não gerando qualquer tipo de dúvida na hora de se analisar os mercados. No entanto, entre os geógrafos, meio ao qual pertenço, toda e qualquer discussão que envolve economia em que apareça o conceito de concorrência perfeita gera imediatamente sorrisinhos zombeteiros com o canto da boca, como se isso fosse apenas o produto de uma mente delirante incapaz de compreender que “O capital” sempre tem lucro.             No entanto, num mercado competitivo, o normal é que as empresas acabem operando numa situação de concorrência perfeita, assunto que, por sinal, já foi objeto de análise neste blog em outros textos. No texto atual, tratarei do caso particular do mercado de transporte de grãos, em especial do transporte rodoviário de grãos, que nos últimos meses, tendo em vista algumas mudanças no setor, conheceu uma redução de preço que chegou a 40% em al

LASCIATE OGNI SPERANZA, VOI CHE ENTRATE

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  Por Fernando R. F. de Lima.              Meu sincero desejo era que ontem, dia 26 de outubro, a vitória do PSDB na figura de Aécio Neves se concretizasse nas urnas. Não deu. O Petistão, este país estranho situado acima da linha de capricórnio, resolveu dar a vitória ao poste. A presidAnta se reelegeu para mais quatro anos de trapalhadas.             Eu gostaria que Aécio fosse eleito porque acredito sinceramente que o PSDB tinha a equipe mais preparada para enfrentar os desafios institucionais que se descortinam no país. Mas apesar de preparada, os desafios são muito grandes, e talvez grandes demais até mesmo para a equipe do PSDB. Vou listar algumas das grandes dificuldades que o próximo governo irá enfrentar.             A mais óbvia delas é a inflação. Estamos acima do teto da meta no acumulado de 12 meses, e já estamos em outubro. O Natal não costuma se uma época de queda nos preços, o que coloca alguma dúvida sobre a capacidade do governo de colocar a inflação no teto

O ELEITOR BRASILEIRO E O EFEITO MÚCIO

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Por Fernando R. F. de Lima.             Para quem não é da época ou não se lembra, Múcio era uma personagem do programa Viva o Gordo , do Jô Soares, no cada vez mais distante século XX. O teor da brincadeira, em especial deste vídeo que segue o abaixo, era a indecisão do Múcio, que chamado a responder sobre a qualidade do peixe, muda de opinião conforme quem opina ao seu lado.             O eleitor brasileiro, ao menos aquele eleitor médio, que define a eleição, que acaba representando cerca de 30 a 40% do eleitorado, comporta-se no mais das vezes como o Múcio. Vemos isso, por exemplo, em relação às manifestações de 2013, quando a aprovação ao governo Dilma ultrapassava os 70%. Repentinamente, um grupelho de estudantes liderados por partidos de extrema esquerda iniciaram passeatas contra a elevação da tarifa de ônibus em vinte centavos na capital paulista, o que acabou, levando a diversas ações coordenadas ou não por todo o país, algumas pacíficas, outras violentas, contra o g

O DIA EM QUE O OESTE DE CURITIBA TEVE UM INFARTO

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Por Fernando R. F. de Lima. Não foi a primeira, nem será a última vez, que esta senhora de meia idade chamada Curitiba teve um infarto. Seu estilo de vida pesa contra ela. Sedentária, pratica pouco esporte, andando muito de carro, sempre a baixas velocidades, e com sua dieta pobre de investimentos acabou com suas artérias congestionadas. Dia 02 de outubro de 2014, por conta de um caminhão tombado na BR-277, o Oeste de Curitiba passou por um congestionamento atípico para este lado da cidade. Eu, com meu filho pequeno no carro, fiquei 10 minutos parado no mesmo lugar, quando estava a aproximadamente 3 minutos de casa, menos de 1 quilômetros de distância. Fiz meia volta e tentei outro caminho, por meio do viaduto da Órleans, que estava igualmente congestionado. Finalmente, dei uma grande volta, e entrei por caminhos sinuosos que me levaram a minha casa cerca de 20 minutos e 8 quilômetros depois. As causas desta volta homérica que tive que empreender são as

DE TODAS AS QUESTÕES, A MAIS DIFÍCIL: O ABORTO.

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Por Fernando R. F. de Lima Em dois textos anteriores tratei de temas que deve ter feito alguns leitores ocasionais a classificar este blog como a serviço do Foro Social Mundial, e outros como um simpatizante da causa gay. Nada mais longe da verdade entretanto. Apenas coloquei meu ponto de vista sobre dois temas que acredito que são vendidos como boi de piranha para colocar a população do lado errado da justiça: ninguém deve ser contra a família, por mais estranha que ela seja, nem contra o direito à propriedade, por mais esquisito que seja seu dono. Assim, a união civil deve ser vista como uma propagação do direito de herança, e a adoção como  direito a constituição de família, o que é melhor, na minha opinião, que crianças criadas pelo Estado ou bens sendo devolvidos ao Estado após a morte de alguém. Hoje, depois de oito anos de blog e 31 anos de vida, 14 anos de paternidade, finalmente vou abordar o tema que considero o mais espinhosos de todos. O aborto é espinhoso porque no

IDEOLOGIA: EU QUERO UMA PRA VIVER?

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Por Fernando R. F. de Lima.             Depois do surpreendente resultado da eleição de 05 de outubro de 2014, que contrariou boa parte das pesquisas prévias mas, acima de tudo, mostrou uma virada inédita na história das eleições para vários candidatos, uma questão se coloca: qual o grau de ideologização ou fidelidade partidária dos brasileiros? Em momentos anteriores, a teoria vigente dizia que cerca de 1/3 dos eleitores era petista de carteirinha. Cerca de 1/3 dos eleitores, era anti-petista, e o restante decidia a eleição indo de acordo com o vento.             A eleição atual, contudo, mostrou que o eleitor brasileiro não conecta partido com candidato. Explico: no Paraná, a Dilma obteve 32,54% do votos válidos; Aécio Neves 49,79%; No plano estadual, Gleisi Hoffmann, do PT, teve apenas 14,87%, enquanto Beto Richa foi reeleito com nada menos que 55,67% do total de votos. Isto significa que muitos dos eleitores de Dilma votaram em Beto Richa, fazendo a estranha combinação 13 e 45