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Mostrando postagens de março, 2010

RESENHA – O PROCESSO CIVILIZADOR: uma história dos costumes vol. 1 de Norbert Elias. Jorge Zahar Editor

Por Fernando R. F. de Lima               O livro O processo civilizador: uma história dos costumes vol. 1, de Norbert Elias, teve sua primeira edição em 1939, na Suíça. Exilado nos EUA, depois de muitos anos o livro ganha uma edição inglesa em 1978 e apenas em 1990 a primeira edição em português. Chega ao Brasil, portanto, junto com uma nova onda na historiografiade tratar da História dos Costumes ou da vida privada. Contudo, deve-se destacar que o livro de Elias é anterior a esta espécie de moda na história, e contemporâneo de historiadores como Fernand Braudel.              Este livro de Norbert Elias trata especificamente da mudança nos costumes da sociedade européia que se processa entre os séculos XIII e o século XIX. Este período, como ele destaca, desenvolve-se aquilo que ficou conhecido como sociedade de corte. O final do período estudado, já no século XIX, tem o início da sociedade burguesa, que conhecerá ao longo do século XX um novo processo de mudança nos costumes.

ESTRADAS, AUTOMÓVEIS, BICICLETAS, CONDOMÍNIOS E O MÍNIMO PÚBLICO

Por Fernando R. F. de Lima.   Outro dia eu conversava com um amigo meu sobre uma questão que me desagrada aqui em Curitiba. A disseminação de condomínios de casas nas cidades da Região Metropolitana transformou as outrora pacatas estradas rurais [i] em verdadeiras pistas de corrida sem acostamento ou sinalização eficiente. Há vários exemplos de estradas em que este processo está ocorrendo, como a Estrada do Caqui, ligando Quatro Barras a Campina Grande do Sul, Estrado do Cerne, ligando Santa Felicidade à Bateias, Estrada Velha da Ferraria, que liga o Passaúna ao bairro da Ferraria, em Campo Largo e a Estrada da Graciosa [ii] . De todas, esta última é a que tem a melhor conservação e reserva um espaço (ainda que reduzido) para. Estas estradas, que eram muito agradáveis para passear de bicicleta nos fins de semana, por serem arborizadas e com pouco tráfego, estão se tornando de forma muito acelerada corredores de ligação da cidade com os condomínios de casas espalhados por áreas

INDUSTRIALISMO/CAPITALISMO: OUTRA IDEOLOGIA PERIGOSA E ULTRAPASSADA

Por Fernando R. F. de Lima   Para continuar no mesmo espírito do último texto, vou retomar o assunto das ideologias fracassadas e perigosas. Para tanto, escolhi o industrialismo, ou para utilizar uma velha palavra com um sentido diferente, o capitalismo. Para me fazer entender, vou começar explicando porque defino como capitalismo o que alguns chamam de industrialismo. A economia clássica considera que para produzir alguma coisa, qualquer coisa, são necessários três fatores de produção: trabalho, capital e terra. No capítulo terra, entram os recursos naturais e também o espaço físico necessário para tanto. Dentre os recursos, encontra-se também a água. O trabalhismo, conforme o texto anterior, é a ideologia que diz que o trabalho é a parte essencial da economia, e portanto o trabalhador, sempre explorado, deve ser compensado por isso. Pois seguindo mesmo raciocínio, o capitalismo seria a ideologia que entende que o capitalista e seu capital é que são a parte mais importante,

TRABALHISMO: IDAS E VINDAS DE UMA IDEOLOGIA FRACASSADA

Por Fernando R. F. de Lima É costume creditar a Karl Marx a paternidade do comunismo moderno, ao menos na forma como ele foi implantado na União Soviética, onde o marxismo era a ideologia oficial do estado, assim como o catolicismo no Vaticano. Mas o comunismo, tanto de origem prodhouniana quanto marxista é pai de uma ideologia mais duradoura que o comunismo que vive retornando às sociedades ocidentais: o trabalhismo. Não é necessário se alongar sobre o sucesso do trabalhismo no Brasil e no mundo: por aqui, dois importantes partidos se auto-declaram trabalhistas: o PT e o PDT. A ideologia do trabalhismo, contudo, que em vários pontos se assemelha ao comunismo/socialismo, e até mesmo à social-democracia (um trabalhismo modernizado), é autodestrutiva, e sempre implica em reformas que suprimem as supostas conquistas do trabalhador para benefício do consumidor. O trabalhismo parte do pressuposto, ainda que nem sempre explícito, de que o todo valor é produzido pelo trabalho. Port