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Mostrando postagens de outubro, 2008

QUAL O PREÇO DA CRISE?

            Nas últimas semanas muito se tem falado da atual crise de crédito, e eu, inclusive, dei minha cota de pitacos sobre o que tem sido feito. Nos jornais, o sentimento geral é de que a decisão dos bancos centrais em socorrer as instituições financeiras é positiva, pelo estrago que se evita na "economia real". Em suma os governos estão pensando que o preço a pagar pela intervenção nas instituições financeiras é barato frente aos benefícios.             Contudo, há um custo que não tem sido contabilização nesta série de intervenções: o custo político deste processo. Primeiramente, pela vazão raivosa aos sentimentos anti-liberais e uma revalorização do intervencionismo keynesiano, que aparece como salvador das pátrias. É o ocaso do liberalismo, segundo vários comentaristas, o muro de Berlim da direita. O segundo ponto, talvez mais importante e pouco mencionado, é a transferência de poder para os governos. Aí me vem a mente o livro "O caminho da servidão" de

Ao invés de aperto, crise pede mais gasto (uma ova!)

SAMUEL BRITTAN DO "FINANCIAL TIMES" "Por que a quebra dos bancos e das instituições financeiras a eles associadas representa uma ameaça maior do que seria a quebra de outras grandes empresas, como a Ford ou a General Motors? Existem dois motivos principais. Primeiro, essas instituições oferecem o grosso da base monetária. A disposição de indivíduos e empresas a consumir depende de muitas coisas -renda e ativos de todos os tipos, financeiros e reais. Mas suas posições em dinheiro representam a primeira linha de defesa." http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi1010200834.htm COMENTÁRIO: Este texto do Samuel Brittan, publicado na Folha de S. Paulo, recomenda o tipo de política que deveria ser evitado pelos governos, na minha opinião. É um estímulo ao tipo de política perdulária que se vem praticando. Os investidores mais " espertos" apostam alto porque sabem que nunca terão que pagar a conta, que sempre alguém vai socorre-los quando a crise apertar.

A mamona não foi sustentável

A mamona não foi sustentável Chamada de "parceira" pelo governo e apontada como exemplo em energia alternativa, a Brasil Ecodiesel vive uma grave crise: suas ações caíram 70% em um ano e a empresa não está cumprindo os contratos de produção -    A    A    + Por Malu Gaspar Revista Exame - 16/07/2008 A mamona tornou-se famosa nos primeiros anos do governo Lula por ser o símbolo do programa nacional do biodiesel. Foi graças à mamona que a Brasil Ecodiesel, primeira empresa a iniciar a produção em escala industrial, tornou-se uma espécie dexodó do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que esteve em quatro das cinco inaugurações de suas fábricas desde 2005. Naquela época, a Brasil Ecodiesel prometia ser uma potência do biodiesel, produzindo com base na agricultura familiar e em matérias-primas alternativas, como mamona e girassol. Mas as promessas não se cumpriram. Nos últimos meses, a estrela do biodiesel brasileiro mergulhou numa crise que a transformou num problema

TEORIA DOS CICLOS ECONÔMICOS E A CRISE ATUAL

por Fernando R.   Neste texto eu não vou tentar fornecer nem relacionar a questão dos ciclos econômicos e a crise atual de crédito nos EUA, como vários dos economistas e simpatizantes da teoria econômica tem procurado fazer. Isto é comum principalmente entre os liberais que seguem os preceitos da escola austríaca e a teoria do ciclo de Ludwig Von Mises. Na verdade o objetivo deste meu texto é expor as minhas dúvidas com relação a aplicabilidade da teoria dos ciclos para prever, antecipar e dar solução às crises econômicas. Para os que não estão familiarizados com a teoria dos ciclos de Von Mises, vou tentar resumi-la para poder começar a discussão. Parte-se da idéia de que a crise é causada por uma baixa artificial das taxas de juro, realizada pelos órgãos que regulam esta questão, o que leva a um erro nos cálculos contábeis de investimentos. O grande problema da crises econômicas causadas pelo ciclo de aceleração é a quantidade de investimentos errados que são realizados, isto