Postagens

Mostrando postagens de julho, 2015

LA NAVE VA...

Imagem
Fernando Raphael Ferro.              O primeiro semestre já acabou tem praticamente trinta dias e as notícias da barca são ruins. Não que a previsão seja de que estejamos em vias de afundar, mas já possível ver água no fundo do casco, e os que estão no porão já começam a se preparar para o pior. Agora, só para rememorar, o oráculo, que hora vos escreve, relembra o que disse em dezembro sobre o 2015, no já longínquo 25 de dezembro de 2014: “Para aqueles que chegaram agora à nave mãe, aviso o seguinte: Aécio perdeu a eleição e 2015 vai ser de governo Dilma. Começaremos com aumentos de impostos, redução de gastos públicos e reorganização das finanças nos três níveis de governo. A única das três medidas realmente ruim é o aumento dos impostos. O custeio da máquina poderia ser reduzido, mas esta é uma opção política praticamente inviável nos dias de hoje. Governo gastando menos significa mais dinheiro para a sociedade. A menos que tudo não passe de mais uma manobra publicitária do PT.

SOBRE A ELITE

Por Fernando Raphael Ferro Elite é uma palavra muito utilizada, mas um conceito pouco compreendido e definido. É relativamente fácil ser enquadrado entre os 5% mais ricos da população brasileira. Dada nossa renda domiciliar per capita , qualquer família cujo rendimento situa-se acima de 5 salários mínimos, ou seja, R$ 3940,00 mensais ou R$ 52.400,00 por ano, encontra-se no estrato dos 3,5% mais ricos da população segundo o IBGE [1] . Este grupo, cá entre nós, apesar de seleto, é relativamente fácil de encontrar. São 3,5 em cada 100 de nossos conhecidos. Entre os leitores deste blog, certamente quase todos enquadram-se neste grupo, com relativa folga. Neste grupo está situada a chamada classe B e classe A. Há alguns meses atrás, numa discussão nos comentários do blog, um cidadão da região Nordeste do Brasil achou ridículo quando eu disse que os professores da rede pública estadual paranaense compunham a elite econômica do Estado. O caso é especialmente verdadeiro nos casos em que e

O QUE É A GRÉCIA?

Imagem
Por Fernando Raphael Ferro. A crise grega tem sido motivo de grande discussão, tanto por sua origem quanto pela dificuldade em sua solução. Mas afinal de contas, o que é a Grécia? Qual a dimensão do país e da população que a crise abarca? A princípio, deve-se destacar que tratamos de um país de 10,8 milhões de habitantes distribuídos em 131 mil km². Ou seja, aproximadamente a população do Estado do Paraná num território 60 mil km² menor. A distribuição etária mostra um envelhecimento progressivo: 16,71% da população têm mais de 65 anos; 68,12% entre 15 e 64 e 15,18% menos de 14 anos. A economia grega, em 2013 era da magnitude de um PIB de US$ 242 bilhões, com renda per capita de US$ 21.910,00, aproximadamente o dobro ou triplo do Paraná dependendo da comparação, se direta ou por poder comparativo de compra. O modo como este PIB é gerado começa a explicar a complexidade para a superação da crise: 12% do PIB é gerado na indústria, 3,4% na agricultura e 85% nos serviços. O principa

FILANTROPIA vs. PILANTROPIA – A DIFERENÇA ENTRE ALHOS E BUGALHOS

Imagem
Por Fernando Raphael Ferro. Quando entro em uma discussão sobre o papel do Estado no combate à pobreza quase sempre sou obrigado a ouvir o velho mantra de que os liberais não se importam com os pobres. Ou como dizem, que o discurso neoliberal é voltado apenas para a geração de riqueza e não para sua distribuição. No caso, nem mesmo que refiro aos velhos (e novos) comunistas, porque estes são um tronco em extinção entre os animais políticos, mas no filão que é o que mais cresce e se desenvolve, o dos socialdemocratas, incluindo todos os matizes, a percepção é a mesma. A sedução do discurso socialdemocrata se dá porque ele incorpora elementos do liberalismo (crescimento econômico, liberdade de empresa) com a bandeira socialista da distribuição de renda. Caberia ao Estado distribuir a riqueza, porque o mercado, apesar de eficiente em gerar riqueza, apresentaria falhas em sua distribuição. No fundo, para um socialdemocrata, o papel do Estado é organizar a filantropia em escala indus