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Mostrando postagens de agosto, 2010

OUTRO CASO DE BARGANHA ELEITORAL

Por Fernando R. F. de Lima   A reportagem do "The New York Times" traduzida da Folha de S. Paulo elogia a saída alemã para a crise. A Alemanha, ao contrário de outros países europeus, aplicou medidas "neoliberais" no que diz respeito às relações trabalhistas. Sua ação ficou marcada pela flexibilização dos contratos de trabalho, com a possibilidade de reduzir a jornada de trabalho e também os salários. Além disso, reduziu os benefícios dos programas de seguro desemprego, tornando trabalhar mais vantajoso que receber um auxílio desemprego. Além disso, o déficit público da Alemanha é baixo, cerca de 3,5% do PIB contra déficits superiores a 10% em vários países. A taxa de endividamento pessoal e público também é baixa. Com tudo isso, a Alemanha está saindo da crise melhor que os outros países europeus do bloco. Diante destas medidas, fica a sensação de que a Alemanha é mais liberal que os outros países europeus em matéria de política econômica. E de fato é. Mas

A FALTA DE AUSTERIDADE DO GOVERNO REAGAN OU O MITO DO REAGANOMICS

--> Por Fernando R. F. de Lima. Em meu último texto, sobre a eleição presidencial, eu disse que independentemente de qual seja o grau de desenvolvimento do país, eleições sempre significam a troca de benefícios reais por parte dos eleitores. Um leitor, contudo, achou que minha visão estava equivocada, e que havia casos de políticas bem sucedidas que implicavam austeridade. O caso citado foi do governo Reagan nos EUA. Contudo, uma análise mais apurada do que foi o "Reaganomics" permite verificar que o sucesso eleitoral de Ronald Reagan está muito ligado a um benefício direto dado aos eleitores americanos, que lhe garantiram um segundo mandato (fosse outra época, ele poderia ter sido eleito várias vezes seguindo a mesma receita). O que Ronald Reagan fez em sua estada na Casa Branca, sobretudo nos primeiros anos de governo, consistiu num pesado corte nos impostos, baixando alguns impostos sobre o trabalho e o investimento, de uma alíquota média de quase 70% para

Sobre a atual eleição presidencial

Por Fernando R. F. de Lima   Nem bem começou o horário eleitoral gratuito, já começaram a circular as mesmas notícias de sempre: a atual eleição, como todas as outras desde 1989, só tem em disputa candidatos esquerdistas. De José (ou Zé) Serra à Dilma, passando por Zé Maria e Marina Silva, todos são da esquerda. Daí a conclusão lógica de que o Brasil está à beira de um regime socialista e que nada mais nos separará do destino cubano ou venezuelano. As análises também são muitas: um é intervencionista, ou outro pós-keynesiano e por fim um trotskista e por aí vai. Estatismo é moeda comum. E assim vão se enfileirando os analistas liberais e seus temores. Minha opinião neste assunto, é que nas democracias atuais ninguém, em lugar algum do mundo, escapa de um pouco de "social-democracia" em suas propostas. Isso porque nas eleições o que está em jogo não é o dinheiro, e sim os votos. Votos são bens materiais assim como potes de margarina e, portanto, só podem ser obtidos po