Prefeitura do Rio vai recorrer da liminar que suspendeu demolição do minhocão da rocinha.


Prefeitura do Rio vai recorrer da liminar que suspendeu demolição do minhocão da rocinha.
http://oglobo.globo.com/rio/mat/2009/03/17/prefeitura-vai-recorrer-da-liminar-que-suspendeu-demolicao-do-minhocao-da-rocinha-754871090.asp

O Jornal "O Globo" não permite recortar e colar a mensagem no e-mail, de modo que tenho que enviar o link. Mas mesmo assim gostaria de comentar a posição das "otoridade" cariocas. Ele dizem que este tipo de empreendimento não é tolerável porque a pessoa que irá construir o prédio, com 18 kitnetes está fazendo "especulação imobiliária". Construção irregular só é tolerável se for para consumo próprio. Isto é o mesmo que dizer que só vale infringir a lei se for para  ficar quietinho no seu canto. Se a pessoa buscar através do próprio esforço melhorar de vida, e inclusive melhorar a vida de outras pessoas, aí não pode.

A pessoa que está construindo este prédio, que diz ser para a família dela, está fornecendo uma coisa que falta em todo o Brasil: moradia barata próxima do centro, onde se encontram a maior parte dos empregos urbanos, ou seja, o comércio e os serviços. Só faltava a notícia destacar que as kitnetes contarão com bicicletário, para aumentar o vexame do embargo da obra. O "proprietário" do imóvel, que não passa de um posseiro, dado o fato de que não há títulos de propriedade ali, alega que entrou com o pedido de licensa para a construção, o que foi negado pela prefeitura, que ainda por cima multou a obra.

A Rocinha já é uma área densamente povoada, muito acima dos "padrões toleráveis de aglomeração de pobres", de modo que mais adensamento, ainda mais no nível que o edifício traria, não seria prejudicial, mas ao contrário, benéfico. Evitaria que quinze pessoas/famílias fossem morar em áreas mais distantes ou então erguessem novos barracos nas áreas ainda livres do morro. A desculpa para a impedir a construção é que ela é irregular, mas há centenas de outros prédios irregulares na Rocinha. Com base no argumento, se ao invés de kitinetes fosse construída uma mansão para "consumo próprio", aí não haveria motivo pra derrubar a residência. Esta notícia mostra a coleção de absurdos que compõem a prefeitura do Rio.

Prefeitura recolhe bicicletas:

http://oglobo.globo.com/rio/mat/2009/03/16/prefeitura-recolhe-bicicletas-presas-em-postes-754866961.asp

Outro absurdo: fiscais de prefeitura quebrando correntes de bicicletas amarradas nos postes da cidade. Pra piorar, eram bicicletas de entregadores de mercadorias. Fazer entregas de bicicleta em centros urbanos é uma tendência cada vez mais adotada inclusive por especialístas em logística, porque é a forma mais barata, eficiente e ecológica de resolver o problema da "última milha", isto é, a entrega final do produto para consumidor numa cadeia porta a porta.

Os técnicos da prefeitura deveriam ficar sabendo que na Itália e Argentina não são só as bicicletas que podem ser estacionadas nas calçadas, mas também as motocicletas, por representaram meios de locomoção mais econômicos, rápidos e inteligentes para o deslocamento em centros urbanos. Esqueci do ecológico, mas quem liga pra isso no Brasil?

Fernando R.


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