Transporte Modelo, Motoristas nem tanto.

Sábado, 8 de janeiro de 2011, aconteceu um acidente envolvendo dois ícones curitibanos: um biarticulado e um ligeirinho bateram na esquina da André de Barros com a Travessa da Lapa, no centro da cidade. Como todo acidente, este também contou com a imprudência e o azar. Quem dirige em Curitiba sabe que os motoristas de ônibus nem sempre aguardam o sinal ficar verde para arrancar no sinal. Pelo hábito, vários se acostumaram a não diminuir a velocidade diante do sinal vermelho sabendo que ele irá abrir em poucos segundos, o que também é facilitado pelo fato do sinal de pedestres indicar que o verde irá abrir. O motorista do linheirinho vinha com esta certeza, quando o motorista do biarticulado achou que daria tempo de passar no sinal amarelo/vermelho antes que o outro sinal abrisse. Não deu. O ligeirinho pegou o biarticulado pela traseira, que se descontrolou, subiu na calçada e entrou num prédio na esquina da André de Barros.
Por sorte, o motorista do ligeirinho se feriu pouco, e como era sábado a tarde, os dois ônibus estavam com poucos passageiros. Além disso, havia pouca gente na rua. Com isso, além de alguns feridos leves, não houve nada de mais grave, ao menos até onde eu fiquei sabendo. Um fato curioso é que eu estava de passagem pela rua após ter assistido o filme "Incontrolável", que conta a história de uma locomotiva que, por causa de um funcionário relapso sai em disparada por meio de áreas densamente populosas, levando toneladas de combustível altamente inflamável e explosivo. O episódio só não terminou em tragédia por causa do esforço de dois funcionários que agiram de modo heróico para evitar o pior.
Foto: Fernando R. F. de Lima
Hoje em Curitiba o pior aconteceu. Assim como o acidente que ocorreu no ano passado, envolvendo um ligeirinho na praça Tiradentes, que infelizmente resultou na morte de algumas pessoas e em vários feridos, vão arrumar uma desculpa para este também. Certamente o motorista irá dizer que ficou sem freios, e o outro irá dizer que o sinal estava aberto, e tudo irá ficar por isso mesmo. Curitiba conta com um sistema de ônibus muito superior ao de todas as outras cidades brasileiras, mas infelizmente os motoristas de ônibus daqui são tão responsáveis quanto o de qualquer outro lugar. Desrespeitam não apenas os limites de velocidade, mas também o bom senso e a prudência, fazendo barbaridades pela cidade todos os dias. Vou postar qualquer dia deste o novo acessório que instalaram nos ligeirinhos da linha Santa Cândida-Pinheirinho, para mostrar qual o tipo de comprometimento que as empresas de ônibus tem com a segurança: barras antes dos pára-choques, como daquelas vans que circulam em Ciudad del Este, no Paraguai, para poder bater nos outros veículos sem causar avarias nos pára-choques.


Ônibus dentro da parede; Foto: Lima

Estado da Frente do ônibus

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Este é o motorista do ônibus, que virou-se
para o outro lado quando viu a câmera

Cruzamento da André de Barros com a Travessa da Lapa
Senhor Prefeiro, Luciano Duti, faça uma campanha urgente ensinando os motoristas de ônibus o básico da direção: que o vermelho significa parar e que só se deve andar depois da luz verde acender. Se der tempo, ensine-os também a parar nas faixas de pedestre, porque se há alguma possibilidade de se educar os motoristas e ensiná-los a respeitar as sinalizações de trânsito, o trabalho deveria começar pelos motoristas de ônibus.

Comentários

INTERCEPTOR disse…
A propósito:



Instituto Millenium » Brasileiro vê bom motorista como babaca, diz DaMatta
www.imil.org.br
O antropólogo e articulista do Instituto Millenium Roberto DaMatta há alguns anos chama a atenção em suas pesquisas para o comportamento do brasileiro que relativiza regras e abusa do “jeitinho” perante normas e leis.

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