Ao invés de aperto, crise pede mais gasto (uma ova!)

SAMUEL BRITTAN

DO "FINANCIAL TIMES"

"Por que a quebra dos bancos e das instituições financeiras a eles associadas representa uma ameaça maior do que seria a quebra de outras grandes empresas, como a Ford ou a General Motors? Existem dois motivos principais. Primeiro, essas instituições oferecem o grosso da base monetária. A disposição de indivíduos e empresas a consumir depende de muitas coisas -renda e ativos de todos os tipos, financeiros e reais. Mas suas posições em dinheiro representam a primeira linha de defesa."

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi1010200834.htm


COMENTÁRIO:


Este texto do Samuel Brittan, publicado na Folha de S. Paulo, recomenda o tipo de política que deveria ser evitado pelos governos, na minha opinião. É um estímulo ao tipo de política perdulária que se vem praticando. Os investidores mais " espertos" apostam alto porque sabem que nunca terão que pagar a conta, que sempre alguém vai socorre-los quando a crise apertar. Reduzir a taxa de juro e ampliar o consumo governamental é a receita para prolongar o ajuste nos preços. Petróleo, trigo, milho e soja, por exemplo valorizaram-se muito nos últimos anos por conta do "excesso de liquidez". Agora os preços caem. O desespero dos "mercados" (ontem Dow Jones caiu mais de 7% e hoje até as 11:00 da manhã a Bovespa já operava com queda de 10%) também é para transformar seus ativos em dinheiro para poder compra-los novamente baratinhos, com taxas de juro reduzidas. Reduzir as taxas só irá ajudar a prolongar a situação em que a "esperteza" prevalece sobre o trabalho.


OUTRA NOTA:


A política de juros no Brasil estava voltada para o controle da inflação, que havia disparado nos últimos meses. A medida adotada foi o aumento da taxa básica para poder arrefecer a economia. Com a alta no preço do dólar, certamente o consumo de bens importados irá se retrair, forçando, no médio prazo, um nova desvalorização do dólar frente ao real. Com a queda no preço internacional do petróleo, do gás, do trigo, do milho e da soja, uma tendência de baixa se impõem nos preços (o que ja é observável em várias capitais). Qual deveria ser a política de juros do Banco Central? O governo está sinalizando uma redução do superávit primário para "salvar" o PIB de 2009, ou seja, irá, provavelmente, ampliar os gastos governamentais. Aposto numa continuidade da política de aumento dos juro real, já que a taxa deve permanecer como está mas a inflação deve cair na perspectiva dos próximos meses.


Fernando R.




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