GERAÇÃO TODDYNHO PROTESTANDO PELA EDUCAÇÃO
Por Fernando Raphael Ferro.
Seria cômico se não fosse trágico o papel novamente
desempenhado pela “educação” no Estado do Paraná. A turminha que no ano passado
se envolveu na mais sangrenta batalha contra a polícia militar, quando a mando da
CUT, PT e APP tentaram invadir a Assembleia Legislativa, promove agora em
parceria com a UPE uma invasão ridícula e absurda das escolas seguida de mais uma
greve de professores.
Como pretexto utilizam as bandeiras de
mobilização contra a MP da reforma do ensino médio e a PEC do teto de gastos,
ambas as bandeiras nacionais que não causaram maiores comoções em outros
estados. Ao contrário, chega a ser ridiculamente reacionária a revolta dos
estudantes contra uma reforma de um sistema de ensino médio tão atrasado quanto
o nosso.
Reacionários, a propósito, é a palavra que
melhor se adequa a militância de esquerda hoje presente no Estado: são contra a
reforma da previdência, atualmente o maior mecanismo concentrador de renda no
país; contra a reforma do ensino médio; contra a redução dos gastos públicos ou
a qualquer alteração em qualquer que seja o órgão ou aparato de estado.
Depois de 14 anos de governos do PT, a
esquerda tornou-se ultraconservadora e reacionária, lutando com unhas e dentes
para defender seus privilégios conquistados sem esforços depois da vitória na
eleição presidencial de 2002. Vendo ainda seus principais líderes e
financiadores indo parar na cadeia, justamente em Curitiba, mobilizam toda a
força que podem contra qualquer mudança no status
quo. Seria esse o ethos revolucionário?
Sinceramente, considero deprimente a condição
de simpatizante da esquerda hoje; se pensar racionalmente, não tem como se opor
às ações em curso no país. Nenhuma delas decorre de excepcionalidades. Por
outro lado, tudo que foi construído em benefício dos amigos do partido rui por
todos os lados, inclusive a dignidade que rondava os movimentos ditos “sociais”,
que antes tinham ao menos a desculpa de lutar pelos mais pobres.
Hoje, professores situados entre os mais bem
pagos do país lutam por aumento salarial em meio a maior crise vivida,
condenando estudantes a mais uma greve. E “estudantes”, que seriam melhor
descritos como “idiotas úteis” da UPE e UNE, conduzem uma ocupação de escolas
contra uma reforma do ensino médio que promete maior carga horária, mais
flexibilidade e mais investimentos em educação.
Desafio os participantes desses movimentos a
exibirem nas redes sociais seus boletins, destacando a ampla maioria de notas
acima de 8,0 e 9,0, o que comprovaria sua qualidade de bons estudantes. E a
estes “professores” que conduzem o movimento grevista e apoiam a ocupação de
escolas, que se submetam a um teste de aptidão profissional, que não seja muito
diferente de uma prova aplicada a um estudante de último ano de suas
respectivas graduações. Duvido muito que o desempenho de ambos passe do
sofrível.
Pois a “esquerda”, como prova a história, é o
maior mal a afligir os mais pobres. Estudantes de ensino médio em fase
preparatória para o vestibular que estão em escolas públicas ampliaram sua
desvantagem em relação àqueles que podem desfrutar de uma escola particular. E
os poucos aprovados, enfrentarão um novo desafio, que é compensar a má formação
secundária no ensino superior contra os alunos melhor preparados da rede
particular. Ao final, dentre os que concluírem seus cursos, ficarão com os
piores empregos. Mas poderão agradecer a seus professores que tão bravamente
lutaram ao lado de seus colegas pela conservação deste status quo maligno que perpetua a pobreza pela poda das
oportunidades.
Mas o pior é saber que a mesma “esquerda”
tomou, certamente, a maior sova de sua história nas urnas, elegendo no caso de
Curitiba apenas um vereador, tendo seu principal candidato alcançado um nada
honroso 6º lugar, consegue causar este estrago no Estado. Além disso, elegeu
apenas 10 prefeitos em 399 municípios, sendo que a maior vitória obteve a nada
espetacular quantia de 12 mil votos. Para acabar de vez com a presença destes
cupins que corroem o sistema político nacional, resta ainda exterminar de uma
vez o imposto sindical, acabando com a mamata destes sindicatos e a via de
fazer carreira na política de 90% dos políticos de esquerda.
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