Moedores de Carne Humana

Hoje, na hora do almoço, o moedor de carne humana chamado biarticulado que circula em Curitiba fez mais uma vítima no cruzamento da Presidente Faria com a Alfredo Bufren, nos fundos do prédio histórico da Universidade Federal do Paraná, bem no centro de Curitiba. Felizmente o impacto foi contra um carro, um celta cinza, aparentemente sem vítimas fatais, uma vez que o carro estava intacto e o motorista não estava dentro do veículo.

Acidentes com estes ônibus biarticulados tem virado rotina em Curitiba. Eu mesmo já noticiei mais de um aqui no blog. Ultimamente, não se passa uma mês sem um acidente grave envolvendo este tipo de veículo. O que me motivou a escrever este texto, contudo, é o fato de que esta semana, se não me engano na quarta-feira, uma moça de 20 e poucos anos foi atropelada por dois biarticulados na Av. República Argentina, próximo ao shopping Água Verde. A moça foi atropelada por um dos ônibus e jogada no meio da pista e, em sequencia, os oito rodados de outro biarticulado em sentido contrário destroçaram seu corpo.

Por mais que possa parecer casos isolados, estes acidentes fatais são corriqueiros, e já nem desperta mais muita atenção na imprensa local. Não ouço pessoas indignadas com os ocorridos como quando acontece um acidente do tipo envolvendo um automóvel. Tampouco se vêem passeatas exigindo melhores condições de segurança nas vias segregadas dos ônibus. Contudo, é evidente que as condições de circulação são absolutamente inadequadas, tendo em vista que veículo com mais de 20 metros e 10 toneladas circulam a 60 km/h, muitas vezes aproveitando os sinais de trânsito, numa perigosa circulação compartilhada com outros veículos, ciclistas e pedestres. Estas condições, aliadas aos péssimos hábitos dos motoristas de ônibus, transformam os biarticulados nas máquinas de moer carne humana que vemos por aí.

Em minha opinião particular, é obviamente absurdo que o limite de velocidade para estes veículos nas áreas centrais, com circulação intensa de pedestres e cruzamentos com outros veículos seja de de 60 km/h. Isto porque estes veículos não tem nem espaço para desvios de trajetória, nem condições de frear em espaços curtos em casos de imprevistos, ocasionando estes acidentes quase sempre com grandes perdas materiais que temos visto. Estou convencido que além dos motoristas imprudentes, tanto de automóveis, motocicletas e ônibus, os engenheiros de tráfego que há anos ignoram esta questão em Curitiba são corresponsáveis por estes acidentes. Está na dar um basta nisso. É hora de rever a velocidade e o treinamento dos motoristas destes ônibus em Curitiba.
 
Fernando R. F. de Lima
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P
or um mundo mais livre e melhor!


 

Comentários

klauber C. Pires disse…
E dizer que em Buenos Aires a rede de coletivos é servida por microônibus - leves, ágeis, que não atravancam as ruas e avenidas e não amassam o asfalto. Ah e que atendem 24 horas/dia...
Seria extremamente importante que profissionais independentes e de alto nível fizessem uma avaliação de riscos em Curitiba.
O povo está virando estatística.
Com esse parecer teríamos como acionar o MP e o Poder Judiciário em ações corretivas para o transporte coletivo urbano.
Querem tirar água de pedra. Temos veículos gigantescos trafegando pelo centro da cidade em mão e contra mão podendo chegar a 60 km por hora.

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