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Mostrando postagens de 2018

A VOLTA DA POLARIZAÇÃO ESQUERDA E DIREITA

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Por Fernando Raphael Ferro Hoje, 29 de outubro, no Estado de S. Paulo, o professor Denis Rosenfield comentou a volta da polarização entre esquerda e direita no Brasil. Ele comentou o fim do predomínio da esquerda no campo político, cuja cena foi dominada pela dualidade PT/PSDB desde 1994 até 2014, e a ascensão nesta última eleição de um novo antagonismo marcado por duas faces de uma nova direta: aquela mais conservadora, representada por Jair Bolsonaro, e outra mais liberal, no sentido econômico clássico e não no sentido americano do termo, representada por João Amoedo. Aí começamos a questionar as razões que levaram a esta ascensão da “direta” no país, uma vez que a “esquerda” ocupa ainda praticamente todos os nichos culturais de peso: as artes, a música, as universidades e fundações e as redações dos principais jornais ainda são predominantemente de esquerda e guardam claramente um viés “social-democrata”. As pautas do politicamente correto avançaram ano após ano por meio dos

COMENTÁRIOS SOBRE O CENÁRIO ATUAL

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Por Fernando Raphael Ferro. Passar todo o tempo que passei em silêncio, sem escrever ou comentar publicamente tudo que está acontecendo no país tem sido um exercício difícil. A vontade de me pronunciar sobre os absurdos é sempre muito grande. Mas aí vão alguns comentários fresquinhos sobre algumas coisas que não posso deixar de dizer. MORTE DO PSDB O PSDB morreu. Ficou claro nas eleições. Perdeu o governo de Minas Gerais para o NOVO, está perto de perder São Paulo para o Márcio França, e irá ficar com o Rio Grande do Sul como prêmio de consolação. O que não é necessariamente uma vitória, tendo em vista aquele estado encontra-se virtualmente falido. Foi varrido para a insignificância no Paraná, e em nível nacional, teve uma derrota gigantesca com o 4º lugar de Alckmin. A razão é relativamente clara. O PSDB nunca representou coisa nenhuma. Foi apenas o anti-PT. Os brasileiros que não queriam o PT votaram em Collor. Depois, em Fernando Henrique Cardoso. FHC foi eleito pelo PT

A CAMPANHA ANTIDEMOCRÁTICA DOS PARTIDOS NA ELEIÇÃO

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Por Fernando Raphael Ferro         A atual campanha política, conforme delineada nos últimos dias antes da apresentação final dos candidatos, mostra uma movimentação profundamente antidemocrática dos partidos políticos na definição das alianças pelo poder. Grosso modo, os caciques dos 35 partidos viraram as costas para a vontade popular na hora de definirem suas posições em relação aos candidatos à presidência. Treze é o total de candidatos apresentados, dos quais, os três principais nomes foram absolutamente relegados pelos principais partidos da república. Em que pese os méritos, e sobretudo deméritos dos ponteiros, a movimentação partidária escancarou que atualmente os políticos eleitos e líderes partidários vivem à revelia da vontade popular. O candidato Ciro Gomes (PDT), em recente entrevista à Globo News comentou esse fato, da completa alienação do congresso nacional em relação à vontade popular. Se na eleição de 2010 Lula indicou um poste para substituí-lo, à revelia de

COMO VARIAM OS PREÇOS DOS COMBUSTÍVEIS

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COMO VARIAM OS PREÇOS DOS COMBUSTÍVEIS Por Fernando Ferro             Hoje pela manhã, numa maravilhosa segunda-feira de frio e chuva em Curitiba, eu levava meu filho para escola enquanto ouvia a BandNews, especificamente os comentários matinais do Boechat. A indignação do dia era o fato de que, apesar da redução de R$ 0,46 no preço do diesel, o precioso líquido continuava mais caro que antes da greve. E a questão toda era: por quê?             Apesar de resposta parecer óbvia, Boechat dizia não entender o que se passava. A princípio me pareceu um comentário irônico, mas então parei pra refletir que talvez a variação no preço fosse realmente um mistério para a maioria dos consumidores. E a revolta contra o a variação no preço do diesel, que já tratei em outro texto, pode ser derivada além da revolta contra a oferta e a procura, de um desconhecimento de como funciona a formação de preços no mercado.             Pois para entendermos uma cadeia relativamente complexa como a dos

REVOLTA CONTRA A LEI

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Fernando Raphael Ferro    A atual greve de caminhoneiros, que está debandando para uma greve de petroleiros e, eventualmente, demais categorias, pode ser tomada, no fundo, como uma revolta contra a lei. Não contra qualquer lei, mas contra uma lei fundamental que atua em qualquer país e lugar do mundo. É a chamada lei de Say, ou lei da oferta e da procura. Os caminhoneiros estouraram a greve, supostamente, por causa do aumento do preço do diesel. De fato, em pouco mais de um ano, os aumentos foram significativos. E diante de uma situação de crise, os caminhoneiros não conseguiram repassar os aumentos para o valor do frete. Então a revolta, que resultante em greve, e todo o caos que trouxe ao país. De fato, o Brasil é um país predominantemente rodoviarista. Até argumentaram na imprensa que nossa matriz de transporte possui um percentual parecido de cargas transportadas por rodovia que os EUA. Em termos de TKU, nossa matriz se assemelharia a divisão dos EUA. No entanto, duas

DISFUNCIONALIDADE REPRESENTATIVA

Por Fernando Raphael Ferro A democracia brasileira está em frangalhos. O maior líder político que o país já teve está na cadeia. Não que eu tenha, ou já tenha tido alguma simpatia por ele. Mas o fato e triste. Lula foi o maior líder político do país. Nenhuma figura política é capaz de gerar tantas opiniões contrárias ou favoráveis como ele. Desde a primeira eleição livre no país, pós ditadura militar, ele esteve em todos os pleitos como candidato ou cabo eleitoral. Seu nome mobiliza massas. E, no entanto, ele jaz atrás das grades. Alguns defendem que sua prisão possa não ter seguido todos os trâmites legais, e que talvez o juiz Sérgio Moro tenha se afobado ao pedir a prisão antes que o réu tenha podido recorrer a todos os embargos. O fato é que desde de sábado 7 de abril o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está aprisionado na sede da Polícia Federal em Curitiba. Os demais líderes políticos que foram presos perderam a importâncias. O Ex-Governador Sérgio Cabral, Paul