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Mostrando postagens de março, 2012

CURITIBA, 319 ANOS

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Por Fernando R. F. de Lima. Curitiba completa hoje, 29 de março de 2012, 319 anos de sua fundação oficial. Capital do Paraná, Estado cuja emancipação só se deu nos anos 1853, Curitiba só passa a ganhar importância no Brasil de modo mais efetivo a partir da década de 1960 e, sobretudo, após os anos 1970, quando as linhas gerais da cidade de hoje foram esboçadas. Existe um grande número de textos que detalham esta história do planejamento da cidade, procurando mostrar como foi, como poderia ter sido, quais os interesses (e conflitos de interesses) que levaram ao resultado que se tem hoje. Mas como qualquer cidade, Curitiba não é um fato acabado, mas uma constante construção de todos os que aqui se reúnem para perseguir o mais antigo dos ideais: sobreviver até o dia seguinte. Especificamente neste aniversário de 319 anos, pode-se dizer que a cidade passa pela primeira grande remodelação do século XXI, e que um conjunto de mudanças tão grandes não era levado adiante desde os an

UMA NOVA REGIONALIZAÇÃO DO MUNDO

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Por Fernando R. F. de Lima. Ao longo do século XX, as formas de classificar os grupos de países mudaram rapidamente em funções dos eventos políticos e econômicos ocorridos, como guerras, alianças militares e o próprio fenômeno do imperialismo. No caso específico da Europa, a divisão entre Aliados e Entente, que marcou a primeira guerra mundial, mudou para a disputa entre os Aliados e os países do Eixo na segunda grande guerra. Após o fim da guerra o equilíbrio de poder foi novamente alterado e os países acabaram divididos em dois grandes grupos, o dos países capitalistas, capitaneados pelos EUA e o dos países socialistas, liderados pela URSS. Nos anos 1950 e 1960 várias foram as divisões propostas para melhor compreender o mundo. Entre os economistas a divisão entre os países do Sul e os países do Norte, estes ricos e industrializados, aqueles pobres e exportadores de produtos primários serviram, de certa forma, como inspiração para a divisão entre os países centrais e perifé

DESINDUSTRIALIZAÇÃO NO BRASIL?

Por Fernando R. F. de Lima. O fato é que a indústria (que inclui a indústria de transformação, produção e distribuição de água, eletricidade, gás e serviços de limpeza urbana, e a indústria extrativa mineral) atingiu a menor participação no PIB (14,6%) em 2011 desde os anos 1950. Isto significa que a indústria contribuiu menos para a geração de riqueza neste último ano do que em todos os períodos anteriores desde os ambiciosos planos de industrialização implantados no país a partir da segunda guerra mundial. Obviamente, os donos de grandes indústrias no país clamam contra a desindustrialização em curso, sendo que os economistas, sobretudo os desenvolvimentistas, afirmam que o país corre grandes riscos enquanto a indústria naufraga. Alguns, como Bresser Pereira, falam em doença holandesa, ou seja, o estrangulamento da indústria por causa do câmbio sobrevalorizado. Mas, por outro lado, estamos vivendo um dos maiores períodos de investimentos em novas plantas industriais no país
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O SONHO DOS ANOS 1890: PORQUE O VELHO MUTUALISMO ESTÁ RETORNANDO? Por Fernando R. F. de Lima.             O texto de Sara Horowitz trata da volta do cooperativismo nos EUA nos dias de hoje, com um sentimento crescente de desconfiança, por parte das pessoas, das grandes empresas e dos governos como guardiões do bem estar social. Mas o “mutualismo”, que poderia ser traduzido como cooperativismo também, não é apenas um meio de combater o poder de mercado das grandes empresas. É também uma forma de estimular a produtividade dos fatores (principalmente do trabalho) e de elevar, desta forma, os salários de uma economia, seja regional ou nacional.             Por mais que a lei da oferta e da procura influencie em grande parte o valor dos salários pagos, há outro fator que impede o aumento dos salários de forma ilimitada. A produtividade marginal do trabalho é, em última instância, a principal determinante do aumento dos salários em uma economia. O conceito não é muito simples de comp

Confirmando meu post anterior

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       Confirmando meu post anterior, segue o link abaixo, descrevendo os inúmeros lugares na cidade de São Paulo e sua Região Metropolitana onde é grande o número de ciclistas que usam a bicicleta diariamente. O número de bicicletas está crescendo, mas não é de hoje. E há mais: ele sempre foi grande. Nós é que nos acostumamos a ignorar a presença das bicicletas na rua. Hoje, ainda, há o caso do acidente entre um ciclista e o filho do Eike Batista, que seguia pela rodovia com seu SLR Mclarem de 2,4 milhões de dólares quando bateu e matou um ciclista pobre que trabalhava como ajudante de caminhoneiro.          Obviamente, é uma fatalidade a que todos (que dirigimos e pedalamos) estamos sujeitos, e o rapaz com o pai mais rico do Brasil não estava bêbado e talvez nem mesmo estivesse em excesso de velocidade. Mas o fato é que se houvesse uma "estrada" para ciclistas paralela à rodovia, mais esta morte poderia ter sido evitada. Mas imagine só, fazer uma caminho de 2,5 metros

BICICLETAS E GRANDES CIDADES

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Por Fernando R. F. de Lima. A ainda recente morte da ciclista Juliana Dias tem gerado diversos editoriais nos principais jornais do país ( aqui vai um exemplo, da Folha de S. Paulo de hoje (14/03/2012) e outro, anterior). Todos tem discutido o direito dos ciclistas compartilharem as ruas com os outros veículos, convivência que nem sempre é pacífica. Assim como no caso dos motociclistas, o que mata os ciclistas é a diferença de massa e velocidade entre os veículos envolvidos nos acidentes, com a diferença de que quem pilota a moto controla sua velocidade, podendo calcular melhor seu grau de exposição ao risco que um ciclista. A bicicleta é um veículo extremamente leve em comparação com o peso que ele transporta. Pesando menos de 15 quilos, leva facilmente uma pessoa de 80 kg (considerando roupas e bagagens). O aproveitamento energético também é excelente, sendo que a maior parte da energia empregada pedalando vira movimento. Além de leves, as bicicletas são baratas (a maiori