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Mostrando postagens de 2010

OS 10 LIVROS QUE EU MAIS GOSTEI NOS ÚLTIMOS 10 ANOS

Provavelmente a lista é injusta, mas de todos os livros que eu li na década, há alguns dos quais não me esqueci. No meio da lista há livros de todos os tipos, e acho que todos eles valem a pena de ler e pensar no assunto. Obviamente, aqueles que li no final da década estão mais frescos na memória, e por isso meu lembro mais facilmente deles. Nem todos são boa literatura (como On the Road) e alguns contém evidentes exageros e falsificações históricas (como o livro de Dee Brown). Mas a lista é daqueles que mais gostei, e não necessariamente dos melhores livros que eu li. 1 - Ação Humana – Ludwig Von Mises 2 - O processo civilizador – Norbert Elias 3 - O Homem e a Gente – Jose Ortega-y-Gasset 4 - Crime e Castigo – Fiódor Dostoievski 5 - Freakonomics – Steven Levitt e Stephen Dubner 6 - Morte e Vida de Grandes Cidades – Jane Jacobs 7- A Morte de Ivan Illich - Tolstoi 8 – On the Road – Jack Kerouac 9 – Enterrem meu coração na beira de um rio – Dee Brown 10 – O Homem Comum – Phil

DE 2000 A 2010 – UM RELATO AUTO-BIOGRÁFICO

DE 2000 A 2010 – UM RELATO AUTO-BIOGRÁFICO Fernando R. F. de Lima.   Este ano se encerra aquela que posso chamar de primeira década de minha vida profissional e pessoal relativamente independente. Comecei-a como calouro da UFPR e a concluo em vias de entregar a versão para defesa de minha tese de doutorado. Em 2000, no revellion de 1999/2000 eu ainda era um secundarista que sabia que iria fazer o curso de geografia da UFPR e nada mais. Estava apreensivo em relação ao futuro por conta de uma ex quase namorada grávida e o não saber o que fazer dali em diante com aquela responsabilidade que me aguardava. Em maio de 2000 nasceu minha filha, Eliene, com quem eu ainda demoraria mais uns anos para conviver diariamente. Não conhecia minha esposa, Indiara, não tinha emprego, não tinha nada. Morava com meus pais em Campo Largo e isso era tudo por aquela época. Conheci o Luis, meu orientador no mestrado e doutorado. As coisas foram acontecendo ao longo da década de modo gradual, como costum

1º SIMPÓSIO CURITIBANO DE GEOGRAFIA NÃO MARXISTA

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De acordo com a Wikipedia, " Simpósio (em grego : συμπόσιον, transl. sympósion ) é um termo que se referia, na Grécia Antiga , a uma festa onde se bebia (o verbo grego sympotein significa "beber junto"), geralmente realizada depois de um banquete , e durante a qual eram travados diálogos e conversas intelectuais, enquanto escravos ou empregados faziam apresentações de música e dança." Não haviam escravos dançando nem cantando para nós, nem mesmo gostaríamos disso, mas nos dias 11 e 12 de dezembro de 2010 realizamos aquele pode ser chamado de 1 º Simpósio Curitibano de Geografia não Marxista. Nele estavam presentes o Dr. Luis Lopes Diniz Filho, Msc Anselmo Heidrich e eu, Fernando de Lima, onde, seguindo o rigor da palavra, comemos e bebemos juntos, acompanhados de nossas famílias, enquanto discutíamos os caminhos e descaminhos da geografia brasileira. Diante do sucesso do encontro, já estamos pensando em agendar o próximo, em 2011, quem sabe até mesmo estabelecen

DIFERENTES MEIOS PARA O MESMO FIM

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Por Fernando R. F. de Lima.             Para realizar uma viagem, temos muitos meios. Desde o mais simples e utilizado de todos, caminhar, até veículos espaciais, as chamadas astronaves ou espaçonaves. Dentro de uma cidade, contudo, as opções são mais limitadas. Um adulto comum, com uma carta de habilitação A/B, tem de quatro a cinco opções principais para realizar um trajeto simples, como ir de casa para o trabalho. Cada um apresenta vantagens e desvantagens.             O automóvel é o meio predileto da grande maioria das pessoas, apesar de ainda não ser o mais utilizado. Mas em geral, o automóvel ainda é um dos grandes sonhos de consumo da maioria da população, junto com a casa própria e a estabilidade financeira. De certa forma, o automóvel e o se tamanho dizem muito sobre as realizações da pessoa e fala também um pouco sobre sua personalidade (ou sobre aquilo que ela gostaria que as pessoas pensassem de sua personalidade). O carro é o grande símbolo pop da nossa sociedade, e é pra

BRASIL POTÊNCIA?

Outro dia meus alunos me perguntaram se o Brasil poderia virar um potência mundial por causa do pré-sal. Minha resposta foi categoria: não. Porque dinheiro, ao contrário do que muitos pensam, nem sempre é sinônimo de poder. Mas o Brasil pode virar um potência? Sob certos aspectos, o Brasil já é uma potência, apesar disto ser mais verdade do ponto de vista econômico do que militar. Somos hoje a 8ª maior economia do mundo, e isto já nos coloca num seleto grupo de potências econômicas. Militarmente, somos ainda muito fracos, mas por outro lado, estamos bem isolados do resto do mundo. O Brasil, apesar de não possuir muita coisa em poder de dissuasão militar, é capaz de incomodar qualquer projeto de invasão externa, e tem poder suficiente para pacificar seus vizinhos, caso seja necessário. E do ponto de vista diplomático, apesar das trapalhadas do governo Lula, ainda temos uma boa respeitabilidade. O Brasil tem, por outro lado, um calcanhar de Aquiles: é a educação. A qualidade da forma

CENÁRIO OTIMISTA PARA 2011

Apesar das incertezas, o PIB Chinês acelera e a economia americana dá sinais claros de recuperação. No mundo todo aumenta a demanda por insumos e, com isso, o preço das commodities brasileiras continua subindo. O investimento estrangeiro também continua aumentando, o que permite que o governo tenha um ganho de receitas e possa dispensar o retorno da CPMF. Apesar da reclamação da indústria, o câmbio baixo permite um ano tranqüilo, com inflação baixa, o que reduz a taxa de juro, o que pressiona ainda menos as contas do governo por conta da redução do serviço da dívida. A redução dos juros leva as empresas a investirem em aumento da capacidade de produção e a contínua redução na taxa de desemprego permite que o governo apresente uma reforma trabalhista leve, dando mais flexibilidade ao emprego temporário e ao aumento na jornada de trabalho, sem muita gritaria dos sindicatos. Também é apresentado um projeto de reforma bancária que leva a um aumento da competição entre bancos, o que tem

CENÁRIO PESSIMISTA PARA 2011

Por Fernando R. F. de Lima. Continuando o exercício de imaginação para o próximo ano, vou fazer um cenário pessimista para o governo Dilma. A primeira notícia péssima seria uma desaceleração no crescimento do PIB chinês. Com isso, o preço das commodities sofreria uma pressão para baixo. Além disso, imaginemos uma super-safra de soja no mundo, assim como um ano com boas chuvas na Austrália. Isso levaria a uma queda ainda maior no preço das commodities. Além disso, para reverter a queda no PIB, a China resolve acentuar a compra de dólares, com forma de aumentar sua competitividade externa, o que leva os americanos a adotarem medidas protecionistas ainda mais severas. Internamente, o consumo continuaria aumentando, uma vez que a o aumento da renda real tem duas causas: a elevada taxa de ocupação e os ganhos salariais proporcionados pela valorização do câmbio: com isso as importações continuam crescendo, apesar de uma queda de receita nas exportações. Isso deveria forçar o câmbio para

A ELEIÇÃO DE DILMA

Por Fernando R. F. de Lima Apesar de realmente ter havido uma possibilidade concreta de o presidente de maior popularidade em fim de mandato da história democrática do Brasil não ter feito seu sucessor, no final as previsões de que a Dilma ganharia se concretizaram. O PT, e o Lula em particular, trabalharam em peso para eleger o sucessor e garantir que 25 mil petistas não ficariam desempregados no dia 1º de janeiro de 2011. Agora, diante de nós, restam os mesmos desafios que havia antes da eleição, a serem enfrentados pelo menos preparado dos dois candidatos. Muitos estão atribuindo a eleição do PT ao atraso do Nordeste, à sua população analfabeta ou pobre, mas o fato é que a vitória de Serra foi apertada em praticamente todos os Estados com exceção de Roraima, onde o povo, ao contrário do Amazonas, odeia o PT. E a vitória de Dilma, do ponto de vista político, não é nenhum fenômeno, uma vez que dificilmente um presidente bem aprovado deixa de fazer o sucessor. Os desafios para o

Rio de Janeiro

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LIBERALISMO URBANO É POSSÍVEL?

Por Fernando R. F. de Lima Pelo pouco que tenho acompanhado nas discussões na internet, grande parte delas por meio de meu amigo Anselmo Heidrich, muitos dos liberais brasileiros seja aqueles organizados em torno do Líber ou do Partido Federalista, acabam deixando de lado o potencial do liberalismo quando aplicado às cidades. No fundo, este é um tema muito complexo, porque o liberalismo tradicional nunca esteve muito ligado às questões que permeiam as cidades mesmo, e sempre foi mais fácil falar de generalidades que de particularidades, ainda mais as urbanas. Antes que algum esquerdista levante-se das profundezas da internet e saia repetindo o que eu disse como se fosse uma crítica a nascente direita brasileira, os esquerdistas tampouco fizeram mais pelas questões urbanas. Quase todas as propostas de esquerda voltadas para a cidade são, no fundo, apenas modelos de distribuição e redistribuição de renda, ou políticas generalistas que podem ser aplicadas sem grandes mudanças tanto no

ALGUNS COMENTÁRIOS SOBRE A QUESTÃO DA MOEDA

Por Fernando R. F. de Lima. Num livro dos anos 1970, Hayek defendeu a idéia de criação de um novo padrão monetário baseado numa cesta de produtos como forma de compensar o fim do padrão ouro. O livro tinha o título " A desestatização da moeda " [i] . O livro é muito interessante como uma referência história na discussão sobre a moeda. Aviso que este não é meu campo de especialidade, mas como sempre leio uma porção de pessoas escrevendo coisas das quais entendem ainda menos, gostaria de deixar aqui algumas impressões e comentários sobre a idéia de desestatização monetária. Como curiosidade, o livro de Hayek dizia que ele achava, na época, ser mais fácil desestatizar a moeda do que a criação de uma moeda comum para os países europeus, o que por diversas razões não apenas técnicas, mas também políticas, revelou-se uma opinião completamente equivocada. O fim do padrão ouro nos anos 1970 foi uma das medidas que acabou com o que de mais próximo havia de uma moeda mundial na época

VIAJANDO PELO BRASIL

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Neste fim de semana, ou melhor, começo de semana com feriado, viajei pelo estado de Santa Catarina, passando os últimos cinco dias na estrada acompanhado de minha esposa, no lombo da minha moto. O roteiro incluiu serra e praia. Em Florianópolis fomos muito bem recebidos por Anselmo e sua esposa Ana Paulo, onde ficamos por dois dias. Na sequência, fomos para Tubarão, onde ficamos na casa de outro casal de amigos, Lu e Junior, que foram nossos vizinhos em Curitiba. De lá esticamos até a Serra do Rio do Rastro, entre os municípios catarinenses de Lauro Müller e Bom Jardim da Serra.

OUTRO CASO DE BARGANHA ELEITORAL

Por Fernando R. F. de Lima   A reportagem do "The New York Times" traduzida da Folha de S. Paulo elogia a saída alemã para a crise. A Alemanha, ao contrário de outros países europeus, aplicou medidas "neoliberais" no que diz respeito às relações trabalhistas. Sua ação ficou marcada pela flexibilização dos contratos de trabalho, com a possibilidade de reduzir a jornada de trabalho e também os salários. Além disso, reduziu os benefícios dos programas de seguro desemprego, tornando trabalhar mais vantajoso que receber um auxílio desemprego. Além disso, o déficit público da Alemanha é baixo, cerca de 3,5% do PIB contra déficits superiores a 10% em vários países. A taxa de endividamento pessoal e público também é baixa. Com tudo isso, a Alemanha está saindo da crise melhor que os outros países europeus do bloco. Diante destas medidas, fica a sensação de que a Alemanha é mais liberal que os outros países europeus em matéria de política econômica. E de fato é. Mas

A FALTA DE AUSTERIDADE DO GOVERNO REAGAN OU O MITO DO REAGANOMICS

--> Por Fernando R. F. de Lima. Em meu último texto, sobre a eleição presidencial, eu disse que independentemente de qual seja o grau de desenvolvimento do país, eleições sempre significam a troca de benefícios reais por parte dos eleitores. Um leitor, contudo, achou que minha visão estava equivocada, e que havia casos de políticas bem sucedidas que implicavam austeridade. O caso citado foi do governo Reagan nos EUA. Contudo, uma análise mais apurada do que foi o "Reaganomics" permite verificar que o sucesso eleitoral de Ronald Reagan está muito ligado a um benefício direto dado aos eleitores americanos, que lhe garantiram um segundo mandato (fosse outra época, ele poderia ter sido eleito várias vezes seguindo a mesma receita). O que Ronald Reagan fez em sua estada na Casa Branca, sobretudo nos primeiros anos de governo, consistiu num pesado corte nos impostos, baixando alguns impostos sobre o trabalho e o investimento, de uma alíquota média de quase 70% para