CURITIBA, 319 ANOS
Por Fernando R. F. de Lima.
Curitiba completa hoje, 29 de março de 2012,
319 anos de sua fundação oficial. Capital do Paraná, Estado cuja emancipação só
se deu nos anos 1853, Curitiba só passa a ganhar importância no Brasil de modo
mais efetivo a partir da década de 1960 e, sobretudo, após os anos 1970, quando
as linhas gerais da cidade de hoje foram esboçadas.
Existe um grande número de textos que
detalham esta história do planejamento da cidade, procurando mostrar como foi,
como poderia ter sido, quais os interesses (e conflitos de interesses) que
levaram ao resultado que se tem hoje. Mas como qualquer cidade, Curitiba não é
um fato acabado, mas uma constante construção de todos os que aqui se reúnem
para perseguir o mais antigo dos ideais: sobreviver até o dia seguinte.
Especificamente neste aniversário de 319
anos, pode-se dizer que a cidade passa pela primeira grande remodelação do
século XXI, e que um conjunto de mudanças tão grandes não era levado adiante
desde os anos 1970, quando se definiram os três eixos atuais da cidade. Para
tanto, deve-se lembrar que o planejamento de Curitiba se deu seguindo o modelo
de uma cidade linear, ou seja, que buscava agrupar os serviços, indústrias e
moradias a partir de algumas linhas principais de transporte.
O plano básico foi mantido por mais de 30
anos, o que garantiu estabilidade ao crescimento da cidade, inclusive às leis
relativas ao mercado imobiliário, permitindo que a cidade se destacasse no
contexto brasileiro. Agora, neste início da segunda década do século XXI, a
cidade passa novamente por um grande conjunto de transformações que tem como
impulso principal a construção (na verdade reurbanização ou urbanização) da
linha verde, um novo eixo viário na cidade a partir da antiga BR-116.
Dentro deste programa, estão em construção
diversos viadutos, conectando os dois lados da cidade, além de um novo eixo de
transporte no sentido norte-sul, com o zoneamento de uma nova área de
escritórios e moradias verticalizadas. Ao computar a quantidade de novos
prédios que serão possíveis neste novo eixo, pode-se facilmente prever um
adensamento ainda maior da cidade para os próximos anos, que certamente terá
algum impacto no crescimento dos municípios da periferia.
Apesar de todos os seus defeitos, que todas
as cidades têm, vários deles comuns a todas as grandes cidades brasileiras,
posso afirmar que considero Curitiba um bom lugar para se viver. Apesar das
reclamações frequentes, o trânsito flui bem. Os parques são lugares realmente
agradáveis para passar as tardes ou manhãs de sol. Há grande variedade de
restaurantes, bares e opções culturais. Talvez, como já comentei, devêssemos
contar com salas de cinema mais variadas, mas devo confessar que nos últimos
meses tenho tido pouco tempo para ir ao cinema. E tem o clima, que é a própria
definição de variável, uma vez que nunca se sabe o que esperar do dia seguinte.
Deixo aqui meus parabéns para a cidade e seus habitantes, desejando uma vida
longa e prosperar para os próximos 319 anos.
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