A TRÍADE DO MAL SE REÚNE NOVAMENTE CONTRA O CONSUMIDOR
Por Fernando R. F. de Lima
Nesta
semana começaram a surgir notícias de que o ministro da economia mais incompetente
do mundo, o Senhor Guido Mantega, quer adiar a entrada da obrigatoriedade do
air bag e ABS nos automóveis vendidos no Brasil. A preocupação do ministro é o
aumento de preço que estes itens causaram nos automóveis, cujo preço pode subir
até 9% no início do ano, por conta da retomada do IPI aos níveis anteriores.
A questão toda é que a tríade do mal,
sindicalistas, grandes corporações oligopolistas e o governo, reúnem contra o
consumidor, que muitas vezes ignora os benefícios advindos da presença destes
dois equipamentos. Para ilustrar, um VW Gol, sem os itens recebe zero estrela
no teste de colisão frontal, o que significa que ele não oferece proteção
suficiente aos ocupantes, com grande risco de ferimentos fatais. No caso do
mesmo carro equipado com air bags, a pontuação sobre para três estrelas, o que
apesar de ser um resultado medíocre, oferece muito mais proteção aos ocupantes.
No caso do ABS, é um equipamento que impede o
travamento das rodas, útil, sobretudo, em situação de piso molhado (muito
frequente num país tropical com clima superúmido como o nosso), permitindo o
controle do veículo em situações extremas. Este item é particularmente
importante na prevenção de acidentes, uma vez que atua aumentando a segurança
passiva do veículo.
Mas, com medo de afetar a inflação ou de
reduzir as vendas, afetar as já polpudas margens de lucro das fabricantes ou
ameaçar o emprego cheio de benefícios dos sindicalistas, o governo imagina que
algumas vidas perdidas a mais não farão diferença, desde que seja possível
evitar um pequeno aumento no preço dos automóveis no começo do ano que vem.
E nós, consumidores, contribuintes,
continuaremos a ter como “opção” veículos que não oferecem segurança passiva
nem ativa aceitáveis no mercado. Interessante notar que os principais
automóveis oferecidos sem estes equipamentos são veículos “populares” ou
utilitários, em geral adquiridos por pessoas jurídicas, cujos motoristas são,
em gera, a parcela mais pobre da população, que usa o veículo diariamente para
o trabalho. O consumidor com um poder de renda um pouco maior, já vem
rejeitando há alguns anos veículos sem estes equipamentos de segurança. O
governo dos “trabalhadores”, portanto, faz pouco caso daqueles que os elegeram.
Comentários
Mas, a 'culpa' não é só de estradas, i.e., falhas governamentais. É cultural, comportamental mesmo e se em algum lugar o estado falha, é na justiça que permite a impunidade.