Por que o Paraná deveria ser meu país
Uma coisa sempre a considerar é o seguinte:
qual o percentual dos impostos arrecadados permanece nos estados como receita
tributária? Para ter uma ideia, no Paraná, dos R$ 280 bilhões arrecadados
anualmente, R$ 50 bilhões compõem a receita estadual e outros R$ 48 bilhões vão
para os municípios. São R$ 98 bilhões. A União, justiça seja feita, paga
benefícios do bolsa família, salários de servidores federais, manutenção de
rodovias federais e também aposentadorias do INSS. Mas será que isso tudo
ultrapassa R$ 180 bilhões? Duvido muito.
O orçamento do DNIT para o Paraná é inferior
a R$ 200 milhões por ano. Se utilizarmos o mesmo percentual da população
brasileira (1,6%)[1], dá pra estimar em 170 mil
o número de funcionários públicos federais. A um salário médio de 10 mil por
mês, isso daria aproximadamente R$ 23,46 bilhões em salários por ano. Eram 408
mil o número de beneficiários do Bolsa Família no Paraná no final de 2014[2].
Que sejam 450 mil hoje. A um custo de 60 reais per capita, temos um dispêndio
anual de R$ 324 milhões por ano.
Faltam ainda as aposentadorias. Vou fazer uma
conta bem grosseira: são 31 milhões de beneficiários no país todo. O Paraná
possui aproximadamente 5% da população do Brasil. Guardando a mesma relação,
isso significaria 1,55 milhões de beneficiários. O valor médio[3] do
benefício pago era, em janeiro de 2015, R$ 1.022,46. Vou acrescentar 10%
por conta da inflação do ano passado. Isso resulta em R$ 1.124,70. Agora
multiplicamos por 1,55 milhões e depois por 13 (número de meses, sem referência
ao PT) e temos o valor de R$ 22.662.825.900,00. Somando tudo, temos:
Despesa
|
Valor (R$)
|
Funcionários
Públicos Federais
|
23.460.000.000,00
|
Beneficiários
do INSS
|
22.662.825.900,00
|
Beneficiários
do Bolsa Família
|
324.000.000,00
|
Orçamento
do DNIT
|
200.000.000,00
|
Total
|
46.646.825.900,00
|
Diante disso, a transferência anual aos
cofres da união, no caso do Paraná, seria o equivalente a R$ 133,35 bilhões, o
equivalente a 136% do total tributário que fica no Estado. Isso significa que,
sem a União, mantendo a mesma carga tributária, os recursos disponíveis do
tesouro mais que dobrariam. Ou então permitiriam uma queda de 41% na carga
tributária, o permitiria que ela chegasse a aproximadamente 22% do PIB sem nenhuma
mudança na oferta de serviços atualmente disponíveis.
Diante disso tudo parece-me muito tentadora a
proposta de sair da federação brasileira. Hoje o déficit anual do Estado do
Paraná é muito menor que o total transferido para a união. Nossas
transferências não servem para sustentar a os Estados do nordeste, como muitos
dizem. Servem basicamente para manter a burocracia podre de Brasília, com suas
dívidas e hábitos perdulários. Sinceramente, Anselmo, temos muito a ganhar
saindo da “Federação Brasileira”.
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