tag:blogger.com,1999:blog-36204074.post8671013320561184059..comments2019-09-22T20:47:16.595-03:00Comments on DEMOCRACIA E LIBERDADE: RESENHA: “CIDADES IMAGINÁRIAS: O Brasil é menos urbano do que se calcula”Unknownnoreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-36204074.post-57136950367842066872008-09-28T20:05:00.000-03:002008-09-28T20:05:00.000-03:00Fernando,Excelente artigo. Tenho algumas considera...<B>Fernando,<BR/><BR/>Excelente artigo. Tenho algumas considerações. </B><BR/> <BR/>“Desde ponto em diante a discussão caminha para a uma convergência com algumas idéias de Ignacys Sachs, para um certo ódio indisfarçado às metrópoles, e para alternativas de desenvolvimento rural que hora se apóiam em teses boas, como a de que a pluriatividade permite mias renda para o trabalhador de cidades pequenas (o que na verdade é um fato, não uma política), e outras não tão boas, como a de que o subsídio à agricultura familiar é bom porque evita o esvaziamento do campo e a superlotação das cidades (a tese deveria ser provada antes, e não baseada em impressões sobre o desenvolvimento europeu).”<BR/><BR/><B>Bem observado. Veiga é um social-democrata. Eu infiro que seja um simpatizante petista que se insere no âmbito da chamada “esquerda light”. E como tal, não seria surpresa que endossasse a postura de Obama contra a desregulamentação econômica. A “agricultura familiar”, p.ex., só permanece com o subsídio e apoio estatal em algum grau. O que não quer dizer que o agronegócio também não, mas há um evidente preconceito por parte dele aí.<BR/><BR/>Esse pessoal confunde o dado quantitativo da população urbana com sua densidade achando que uma grande população corresponde, necessariamente, a uma baixa qualidade de vida. São Paulo é maior que Nova York, mas a área desta é maior do que a capital paulista. Quando se vê que os urbanistas pensam em “ocupar espaços” e não em expandir a cidade se entende qual é sua premissa: a cidade como superlotação. É como se estivessem analisando um metrô lotado e não, um transatlântico.</B><BR/><BR/>“(...) não é a densidade que explica o sucesso ou o fracasso de uma área rural em gerar empregos frente outra, e sim a pluriatividade, segundo o próprio Eli da Veiga.”<BR/><BR/><B>Perfeito. Mas, se a densidade não é causa, ela é um efeito da qualidade de vida e poder de compra. Serve, portanto, como índice. Maiores espaços, terrenos, residências implicam em maior gasto energético o que pressupõem mais empregos.</B><BR/><BR/>“Só que se o modo de vida urbano for associado a diferenças nos hábitos, como o controle do tempo, o modo de vestir e falar, em fim, os usos e costumes, então, atualmente, de fato, a urbanização já atinge grande parte das cidades brasileiras, mesmo as menores. Aí a crítica do autor ao critério oficial também perde sentido, porque deveria se fundamental em aspectos antropológicos que ele não aborda. A própria pluriatividade reforça esta idéia de homogeneização dos costumes entre o urbano e o rural.”<BR/><BR/><B>Tu não vai ficar chateado, mas tua percepção é muito próxima da de Henri Lefebvre. Mas, também só isto por que o filósofo marxista não entende nada de economia (pluriatividade), ao contrário de ti.</B><BR/><BR/>“Outra perspectiva, também abordada pelo autor é a ambiental. Do ponto de vista ambiental, podemos classificar superfície em muito modificada (urbana), pouco modificada (rural), e não modificada (natural). Dentro desta classificação ainda poderíamos incluir outros critérios, chegando a um matiz que iria desde um urbano altamente tecnificado até o rural quase natural passando por um suburbano de intermediário. Esta classificação, entretanto, pode transformar algumas vilas e vilarejos em cidades, e partes importantes de grandes cidades em vilarejos. O critério ambiental não é compatível com dados de contagem, e além do emprego de métodos visuais dependeria de sondagens no solo. Seria um método absolutamente inviável de classificação, a não ser por aproximações grosseiras. E, novamente, a diferenciação entre urbano e rural adotada por Eli da Veiga iria por água abaixo.”<BR/><BR/><B>Para segmentar urbano de rural não serve mesmo, mas a idéia é atraente quando se pensa em graus que correspondem a fenômenos que estão em transformação/evolução. Isto é, cidades com diferentes graus de urbanização e adensamento. Não vejo por que a idéia seria “absurda”.</B><BR/><BR/>“Apesar de não explorar o tema a fundo, o livro também é uma crítica velada ao estatuto das cidades, que é omisso no essencial e prolixo (pro-lixo) naquilo que é impossível de se aplicar. Definir critérios de planejamento urbano válidos para todo o território nacional é absurdo, e de certa forma é isto que o Estatuto da Cidade procura fazer. As particularidades locais são muito relevantes, tanto para compreender o que é uma cidade, como para formular diretrizes para seu desenvolvimento.”<BR/><BR/><B>Bem... Se Veiga pensa assim está equivocado. Em primeiro lugar sou contra o Estatuto, porém a Lei 10.257/2001 propõe a descentralização dos planos diretores. E devido a nossa abundância legislativa e, sobretudo, incompetência administrativa há diversas maneiras de driblar ou relativizar a lei.</B><BR/><BR/>“O livro vale pela crítica que faz às estatísticas oficiais, que de fato são tomadas como referência absoluta para certas pessoas. Também é válido por trazer os temas ambiental, econômico, social e político-administrativo para a pauta do cidadão comum, que não encontrará dificuldade em ler os 60 artigos que compõem o livro. Apresenta um emaranhado de idéias, algumas boas outras nem tanto, sobre economia e desenvolvimento, e me deu uma idéia mais clara sobre o pensamento de Eli da Veiga. É outro livro que funciona como amostra da confusão que a mistura entre questões econômicas e ambientais pode levar. Por fim, creio que a leitura é recomendada para quem quiser uma introdução ao tema, mas não é suficiente para se tornar uma referência.”<BR/><BR/><B>Perfeito, nada a acrescentar. Exceto que nem todo ambientalismo é pura ideologia a ser desconsiderado. Há um ramo (sério) da “economia ecológica”.<BR/><BR/>Abraço,<BR/>a.h<BR/></B>INTERCEPTORhttps://www.blogger.com/profile/04713676594062062470noreply@blogger.com